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Sem testagem nem máscaras PFF2, RS fica em 17º lugar em índice de segurança das aulas presenciais

Sem testagem nem máscaras PFF2, RS fica em 17º lugar em índice de segurança das aulas presenciais

A falta de uma política de testagem e a omissão do Estado em fornecer máscaras PFF2 à comunidade escolar deixaram o Rio Grande do Sul entre as piores colocações no Índice de Segurança do Retorno às Aulas Presenciais (ISRAP).

O ISRAP foi estabelecido pela Rede de Pesquisa Solidária – que reúne mais de 100 pesquisadores de diversas universidades – para avaliar os protocolos de reabertura criado pelos governos federal, estaduais e municipais com base em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Outro estudo, divulgado pelo Jornal da USP nesta quinta-feira, aponta que máscaras mal utilizadas podem elevar em 1000% os casos de Covid-19 nas escolas. Já a utilização correta e a distribuição de PFF2 podem reduzir o crescimento relativo dos casos a 40%.

O ISRAP é composto por oito categorias, sendo quatro consideradas de Média Complexidade e quatro de Alta Complexidade. As políticas de Média Complexidade incluem transporte, distanciamento, higiene e o Ensino Remoto. Já as de Alta complexidade são máscara, ventilação, imunização e testagem.

Os especialistas avaliam que o governo federal falhou na elaboração de um protocolo unificado para o retorno das aulas presenciais no país e não cumpriu com sua responsabilidade de “coordenar, baseado em evidências técnico-científicas, o debate permanente sobre protocolos que permitiriam volta às aulas presenciais mais seguras nas redes de ensino”.

O estudo também indicou que estados e capitais falharam na comunicação de seus protocolos e não adotaram as medidas necessárias para um retorno seguro às aulas.

“Apenas 56% das capitais e 49% dos estados apresentaram planos estruturados. Nos demais, os protocolos das redes estaduais e das redes municipais das capitais estaduais não foram divulgados em formato de um documento único, estruturado e transparente”, destacaram os pesquisadores, salientando que “a transparência, eficácia e eficiência na comunicação dos protocolos é de grande importância, não apenas para a comunidade escolar, mas para o conhecimento e segurança da sociedade como um todo”.

Principais recomendações de políticas públicas resultantes da análise:

  • Os protocolos de reabertura de ensino presencial devem ser continuamente melhorados e aprimorados pelos governos. Para permitir maior compreensão e maior chance de implementação, os planos devem ser publicados com todas as medidas resumidas em um documento, único e público;
  • O ensino remoto, política indispensável ao funcionamento dos modelos híbridos, precisa de maior preocupação por todas as esferas da administração pública, sobretudo quanto à ampliação do acesso à internet;
  • Máscaras PFF2 devem ser distribuídas amplamente nas escolas públicas e junto às populações em situação de vulnerabilidade social. Mesmo que as PFF2 possam ser reutilizadas, enquanto estiverem íntegras e com boa vedação do rosto, recomenda-se que, após o uso, sejam deixadas num local arejado e ao abrigo do sol por pelo menos 3 dias. Por isso, é necessária a distribuição de máscaras para todos os alunos, funcionários e professores;
  • Os protocolos das redes de ensino no país devem privilegiar a renovação frequente do ar e a ventilação. Guias para o monitoramento de CO2 nas salas de aula e nos demais espaços de ensino poderiam ser incluídos nos protocolos;
  • Os protocolos precisam especificar guias para orientar a testagem RT-PCR, RT- LAMP ou antígeno ativa e periódica de profissionais de educação, funcionários e alunos;
  • Os protocolos precisam dedicar maiores esforços na criação de medidas que visam evitar a interação entre turmas e especificar orientações para que diferentes turmas não sejam misturadas em atividades coletivas. Nesse sentido, a criação de bolhas seria a medida mais eficaz;
  • As redes de ensino devem produzir relatórios que permitam acompanhar de perto a implementação e o impacto das reaberturas de escolas para o ensino presencial.

Fonte: CPRES SINDICATO

Imagem: CPRES SINDICATO


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