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Ranking do Saneamento: com 22% do esgoto tratado, Pelotas aparece entre os piores municípios avaliados

Ranking do Saneamento: com 22% do esgoto tratado, Pelotas aparece entre os piores municípios avaliados

Um ranking que mede as condições de saneamento das 100 maiores cidades brasileiras tem Pelotas, no Sul do RS, entre as piores colocadas. O município de 325,6 mil habitantes aparece na 81ª colocação do estudo, realizado pelo Instituto Trata Brasil. Os dados, referentes ao ano de 2022, foram divulgados nesta quarta-feira (20).

O que derruba a classificação do município é o índice de tratamento de esgoto: 21,96% da água consumida retorna tratada ao ambiente em Pelotas.

"O tratamento dos esgotos é o indicador que está mais distante da universalização nas cidades, mostrando-se o principal gargalo a ser superado", diz Luana Siewert Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil.

Em nota, o Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep) reconhece que o índice de tratamento de esgoto é "o grande desafio do saneamento na cidade atualmente". A autarquia afirma que conta com um planejamento para atingir a meta.

Entre as ações, o Sanep prevê a finalização da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Novo Mundo. "Com a estação em funcionamento, o município dará um salto para aproximadamente 40% do efluente tratado", sustenta. 



O novo marco do saneamento estabeleceu como meta a universalização dos serviços de saneamento básico até 2033, garantindo que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90%, ao tratamento e à coleta de esgoto.

Cidades como Maringá e Cascavel, no Paraná, e Piracicaba, em São Paulo, têm 100% do esgoto tratado. Já em São João de Meriti (RJ), o esgoto não é tratado.

O investimento médio em saneamento por habitante em Pelotas é de R$ 66,71. O valor fica abaixo da média dos 100 maiores municípios do país, que é de R$ 73,85.

Outro dado levantado pelo ranking mostra que 44,47% da água produzida em Pelotas se perde durante a distribuição. Isso significa que pouco mais da metade da água é efetivamente consumida nas residências.

A operação no município é de responsabilidade do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (Sanep).



Situação na Capital

Com 1,3 milhão de habitantes, Porto Alegre, aparece na 44ª posição entre as 100 cidades e na 11ª colocação entre as capitais.

A cidade atende 99,98% da população com água e 91,70% com rede de esgoto. No entanto, 55,42% do esgoto é tratado na Capital.



O investimento por habitante é de R$ 80,41. Apesar de ser superior à média das 100 maiores cidades, o valor é inferior à média das capitais, de R$ 136,31.

Por outro lado, as perdas de distribuição ficam em 27,02%.

O Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), responsável pela operação do saneamento em Porto Alegre, celebrou o que classificou como "pequeno e significativo crescimento no tratamento de esgoto". No ranking anterior, o índice era de 52%. Atualmente, é de 55%.

Nota do Sanep

Apesar de o Sanep ser a única autarquia municipal do país a gerir os quatro eixos do saneamento básico — água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos —, o ranking do saneamento considera exclusivamente os segmentos de água e esgoto. Embora faça-se a gestão da macrodrenagem urbana em Pelotas, o Sanep não possui arrecadação pelo segmento, sendo necessário aplicar recursos de água e esgoto para manutenção do sistema de drenagem. Trata-se de um desafio que influencia nos investimentos em saneamento e é enfrentado em Pelotas, enquanto outros municípios não vivenciam esta realidade.

Quanto ao abastecimento de água, Pelotas é, juntamente com Manaus, referência para todo o Brasil, com índice de atendimento com água tratada superior a 99%. Também é visto como positivo o fato de que o município elevou em três posições sua classificação em relação ao último estudo.

Por outro lado, o índice de tratamento de esgoto é o principal indicativo que, no momento, impede Pelotas de subir mais posições no ranking e é, também, o grande desafio do saneamento na cidade atualmente. As soluções para a universalização do esgotamento sanitário não ocorrem de um ano para outro. São complexas e, hoje, o Sanep conta com um planejamento extenso para atingir esta meta em Pelotas. A construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Novo Mundo tem previsão de ser finalizada ainda neste ano. Ela irá tratar todo o efluente da zona norte da cidade, com um investimento superior a R$ 30 milhões. Com a estação em funcionamento, o município dará um salto para aproximadamente 40% do efluente tratado, o que, consequentemente, refletirá em melhora no ranking.

O plano de longo prazo da autarquia contempla todas as bacias de esgotamento sanitário do município e prevê a expansão das ETE Laranjal e Novo Mundo e a construção de outras estações de tratamento, como as ETEs Engenho, cujo terreno já foi repassado ao Sanep, e Simões Lopes. O investimento necessário para dar solução ao sistema de esgotamento sanitário em Pelotas, com valores atuais, é de aproximadamente R$ 500 milhões. Além disso, o Sanep possui três projetos no segmento de esgoto inscritos na edição 2023 do PAC, do governo federal. Projetos qualificados e habilitados a concorrer com todo o país, inclusive com a iniciativa privada. Não há garantia de concretização dos recursos para Pelotas, mas é possível, uma vez que os projetos do Sanep atendem a todos os condicionantes estabelecidos pelo governo federal. Esses investimentos também estão condicionados às determinações do Marco Regulatório do Saneamento, que estabeleceu diretrizes e opções de caminhos para atingir a meta de universalização do esgotamento sanitário. O município acredita que, entre eles, a locação de ativos é o mais viável e eficiente para concretizar as obras necessárias e, consequentemente, garantir melhorias na rotina da população e no desenvolvimento da cidade.

Fonte: G1


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