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Presença obrigatória nas escolas atenta contra o direito à vida de pais e estudantes

Presença obrigatória nas escolas atenta contra o direito à vida de pais e estudantes

O CPERS manifesta profunda contrariedade à presença forçada de estudantes nas escolas neste grave período de recrudescimento da pandemia.

Não é possível que, após mais de 220 mil vidas perdidas, continue a prevalecer a lógica que transformou o Brasil em ameaça sanitária global, pária em rankings internacionais e vetor de variantes mais perigosas do coronavírus.

Países que priorizaram a reabertura de escolas fizeram o dever de casa: controlaram a disseminação comunitária e adotaram a ampla testagem como rotina. Aqui, os testes apodrecem em depósitos e, no estado, o governo sequer apresenta dados do contágio na rede e se nega a vistoriar as instituições de ensino.

Chavões vazios como a suposta preocupação em “reduzir a desigualdade” dominam o debate e desafiam a inteligência de quem conhece a rede estadual; escolas sucateadas, com estrutura precária, deficitárias em recursos humanos e sem condições de cumprir os protocolos.

Este é um governo que sempre tratou a educação pública mais como um estorvo do que como forma de promover equidade e justiça social. Ou alguém pensa que para combater a desigualdade é necessário massacrar educadores(as), extinguir centenas de turmas de EJA, proibir matrículas, fomentar a evasão e fechar escolas?

Por outro lado, se é verdade que o ensino remoto é falho e constitui-se em uma ameaça à qualidade da educação, também o é que o governo fez quase nada para prover condições de acesso a Internet e equipamentos para tornar a experiência menos calamitosa.

Ainda revelador da hipocrisia do discurso é o fato de tal sugestão ter partido de uma entidade patronal, naturalmente preocupada em maximizar lucros a qualquer custo. Julgar que proprietários da rede privada estariam aflitos com a qualidade do ensino público é risível.

Diante de governos que abriram mão de controlar a pandemia e relegaram a política sanitária a uma questão de consciência pessoal, obrigar indivíduos a exporem suas famílias à doença é um contrassenso. É o autoritarismo neoliberal negando até mesmo a possibilidade do “cada um por si”.

Portanto, apelamos aos integrantes do gabinete de crise do Estado, em cujas mãos está a análise da medida, que tenham o bom senso de rejeitá-la e que pleiteiem junto ao governo melhores condições para um retorno seguro: priorizar a vacinação de educadores(as) e prover EPIs, recursos humanos e financeiros e testagem em massa a toda a comunidade para proteger as vidas dos gaúchos(as).

Fonte: Cpers Sindicato

Imagem: Cpers Sindicato


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