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O uso da tecnologia de reconhecimento facial para perpetuação da segregação racial

O uso da tecnologia de reconhecimento facial para perpetuação da segregação racial

Como tema central do Contraponto desta quarta-feira, a identificação de criminosos através de softwares de reconhecimento facial e os recorrentes erros no uso destas ferramentas foram discutidos na entrevista com o Dr. Fábio Gonçalves, advogado e Presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/Pelotas e da OAB/RS. Nesta quarta (22), às 18h30, o evento “Olhos que condenam: reconhecimento facial e prisões injustas” acontece no auditório da OAB/Pelotas, na rua Osvaldo Aranha, 71, contando com a presença do Chefe de Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul, Fernando Sodré de Oliveira.

Para a RádioCom, Fábio Gonçalves apresentou dados e apontou o existente genocídio da população negra no Brasil, afirmando que 89,6% das mortes violentas no país são de pessoas pretas ou pardas. “Há um corpo matável, e esse corpo é o corpo negro”, disse Fábio.

Abrindo a discussão sobre a identificação de possíveis criminosos com o uso de recursos tecnológicos, que será tema do evento de logo mais, o Doutor aponta a problemática do uso dos softwares de reconhecimento facial que, mesmo fazendo uso de uma inteligência artificial teoricamente desconectada das questões de segregação racial existentes na sociedade brasileira, resultam muitas vezes em identificações equivocadas que podem criminalizar cidadãos negros inocentes. “Estranhamente, o sujeito passível de ser identificado como criminoso é, prioritariamente, o sujeito negro”.

A entrevista completa pode ser conferida na edição do Contraponto de hoje, disponível no Youtube. O evento promovido pela OAB Pelotas pode também ser acompanhado através de uma transmissão ao vivo no Instagram @oabpelotas.

Texto: Luis Collat


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