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No Dia do Meio Ambiente, UFPel alerta para poluição plástica na Lagoa dos Patos
Dia Mundial do Meio Ambiente reforça importância de combater poluição plástica em Pelotas
Neste 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) destaca a gravidade da poluição plástica nos ecossistemas locais. Pesquisas desenvolvidas pela instituição mostram que a contaminação por microplásticos já é uma realidade na Lagoa dos Patos, um dos maiores patrimônios naturais da região.
Em 2019, um estudo conduzido pela professora Fabiula de Sousa e o estudante Pedro Santaliestra identificou 0,0846 gramas de microplásticos em 400 litros de água coletados na laguna. Os fragmentos encontrados — polietileno de alta e baixa densidade e politetrafluoretileno — revelam como resíduos sólidos se degradam e ameaçam a fauna aquática e, potencialmente, a saúde humana.
“Detectar os microplásticos antes que os danos se tornem irreversíveis é fundamental. Esses dados são importantes para subsidiar políticas públicas e aumentar a conscientização da população”, destaca Fabiula de Sousa.
Monitoramento contínuo após enchentes históricas
A preocupação se intensificou após as enchentes de 2024, que agravaram a dispersão de resíduos. Desde então, a UFPel desenvolve o projeto “Do Macro ao Micro – Diagnóstico e Mapeamento da Poluição Plástica em Ecossistemas Aquáticos na Região de Pelotas-RS”, que realiza coletas no Canal São Gonçalo e na praia do Laranjal.
“Esse material permanecerá no ambiente por centenas de anos, degradando-se em partículas cada vez menores. Monitorar esses microplásticos na Lagoa dos Patos é uma ação de grande relevância ambiental e social”, explica o professor Wiliam Boschetti, um dos coordenadores da iniciativa.
O objetivo é gerar dados para subsidiar políticas públicas e fortalecer ações de educação ambiental no município.
Educação ambiental e descarte correto de resíduos
Paralelamente ao monitoramento, a UFPel também investe em educação ambiental. O projeto de extensão “Alternativas Sustentáveis para Materiais de Difícil Reciclagem” orienta a comunidade sobre o descarte adequado de materiais de baixa reciclabilidade, como esponjas sintéticas e itens de escrita.
“Em conversas com estudantes, percebemos que muitos descartavam esponjas de limpeza no lixo comum. Como devem ser trocadas semanalmente, o volume gerado é alto e o impacto ambiental é significativo”, relata Wiliam.
Para incentivar o descarte correto, a universidade instalou pontos de coleta nos campi Capão do Leão e Anglo, além de escolas públicas como o Colégio Estadual Pelotense e a Escola Estadual Doutor Félix da Cunha.
Dados locais expõem dimensão do problema ambiental
Enquanto o Brasil lidera a poluição plástica na América Latina e ocupa a oitava posição global, o levantamento feito em Pelotas expõe a dimensão do problema também em nível local. A baixa taxa de reciclagem e a degradação lenta dos resíduos intensificam a contaminação dos ecossistemas aquáticos.
Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, os dados reforçam o alerta: o combate à poluição plástica precisa de ações urgentes para proteger a Lagoa dos Patos e os recursos naturais da região.
Fonte: Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Imagem: Divulgação/UFPel
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