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Manual do Bom Voto - Pão com Ovo (Regina Abrahão)

Manual do Bom Voto - Pão com Ovo (Regina Abrahão)
  1. Desconfiar:
  • Dos candidatos que preferem não falar ou ocultam o partido que representam;
  • De quem aparece como a solução de todos os problemas. Promessas de emprego, se eleito, são comuns, sem dizer onde nem perguntar escolaridade. Parlamentares empregam em seus gabinetes ou bancadas poucas pessoas, geralmente já militantes, e cargos de confiança, em princípio, requerem formação e preparo;
  • Dos que propõem a compra do voto com produtos, serviços ou dinheiro. Festas, churrascos, fardamentos, materiais de construção, oferecem diversos produtos para convencer o eleitor. Pergunte-se de onde vem o dinheiro usado para comprar seu voto! Certamente não será do fundo partidário, pois compra de votos é proibido por lei, podendo até resultar em cassação de parlamentares eleitos caso seja provada esta prática. Estes recursos são oriundos do chamado caixa dois, sem origem declarada e conhecida;
  • Dos que falam em resolver disputas judiciais, condenações, ou acelerar processos. Parlamentares não tem acesso à justiça, nem podem intervir em sentenças.
  1. Competências:
    Quem faz leis ou toma providências sobre o que precisa ser feito dentro das cidades são vereadores e prefeitos, suas leis são votadas nas câmaras municipais. Deputados estaduais e governadores trabalham com leis estaduais, votadas nas assembleias. Deputados federais e senadores respondem a demandas e fazem leis de cunho nacional para todos os estados.
    Câmara federal e senado juntos formam o Congresso. Não acredite que um pode intervir nas competências de outro.
  2. Avaliando o candidato
    Pergunte a opinião do candidato sobre o desemprego, se é causado por preguiça ou pela política econômica equivocada;
    Pergunte sobre a inflação, se é por causa da política econômica que privilegia bancos e ricos ou se a culpa é da guerra, da chuva, da oposição;
    Pergunte sobre a criminalidade, se é causada por falta de presídios ou por falta de prevenção, de vagas nas escolas, de turno inverso, de políticas preventivas, da miséria e da fome;
    Pergunte se a solução para o SUS é a privatização ou o fim do teto de gastos, de concurso público para repor vagas, já que os trabalhadores estão atendendo três vezes o número de doentes que deveriam atender;
    Pergunte se ele é a favor de privatizar empresas públicas como os Correios, a Petrobrás, a Eletroluz, a CEEE e porque a iniciativa privada compraria empresas deficitárias! (todas as empresas citadas são altamente rentáveis, dando lucros). Pergunte qual serviço oferecido melhorou ou barateou serviços após a privatização;
    Pergunte o que o candidato pensa sobre a reforma da previdência, e veja como o partido dele votou. E se ele sabe que o grande defensor dela, o atual presidente, aposentou-se aos trinta e poucos anos, mas o trabalhador comum precisará trabalhar até os setenta anos. Pergunte como o partido dele votou;
    Pergunte sobre a reforma trabalhista, que deveria gerar empregos, mas só prejudicou trabalhadores, tirou direitos, aumentou lucros sem gerar vagas;
    Pergunte a opinião dele sobre notícias falsas divulgadas pelas redes sociais, e o que ele faz quando recebe alguma: Desmente ou repassa. O que ele diz sobre kit gay nas escolas, a Ferrari de ouro do Lulinha, do tratamento precoce com Cloroquina, da fazenda de Lula do tamanho do estado do Rio dentro da Amazônia;
    Pergunte sobre os incêndios no Pantanal e na Amazônia, o que ele pensa sobre a liberação do garimpo em terras indígenas, da venda do pré-sal, do preço da gasolina, da volta do Brasil ao mapa da fome, dos vexames do Brasil na ONU, no exterior;
    Pergunte a opinião dele sobre direitos de negros, indígenas, mulheres, pessoas trans e de orientação sexual diferenciada, se são cidadãos e merecem respeito, acesso a serviços públicos e cotas ou se devem ser tratados como aberrações;
    Pergunte o que ele pensa sobre o Brasil descer de 6 para 10 no ranking da economia mundial, sobre o orçamento secreto, do sigilo de cem anos das despesas e cartões de vacinas do presidente, das rachadinhas, dos incêndios criminosos na Amazônia e Pantanal, das milícias assassinas no Rio de Janeiro;
    Por fim, se ele ainda estiver conversando com você, pergunte: por que Queirós depositou cheques regularmente na conta da primeira-dama?
    Poucas vezes você conseguirá fazer todas estas perguntas ao candidato. Mas dá para ter uma boa noção examinando as redes sociais, reportagens, declarações e postura. Então pesquise, imagine como ele responderia. Não jogue seu voto fora.
  3. Votando com consciência de Classe:
    Lembre-se que sua vida será coordenada, nos próximos quatro anos, pelos parlamentares eleitos. Pergunte-se: Você é rico? Rico é quem não precisa trabalhar para viver, tem inúmeros imóveis, dinheiro aplicado, não depende de serviços públicos. Ricos, no Brasil, são menos de 1% da população. Banqueiros, grandes empresários, grandes pecuaristas, latifundiários, exportadores e especuladores, estes são ricos. Alguns poucos jogadores, algumas poucas estrelas midiáticas. Ricos possuem milhões, bilhões. Quem vive de salário ou pequenas rendas não é rico. Quem usa SUS, escola pública, precisa planejar suas compras, quem usa crédito para adquirir algum bem não é rico. Mesmo que ostente alguns bens, que receba mais de dez salários mínimos, use roupas de grife, não é rico. Não seja como o empregado no agronegócio que é contra a reforma agrária, ou o inquilino que é contra a reforma urbana.
    Você só é contra a taxação das grandes fortunas se seu patrimônio estiver perto dos bilhões!

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