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Lideranças indígenas buscam apoio da União Europeia contra invasão de garimpeiros

Lideranças indígenas buscam apoio da União Europeia contra invasão de garimpeiros

Na noite de quarta-feira (16), um grupo de garimpeiros atirou contra casas na comunidade Korekorema, obrigando os Yanomami a se refugiarem na mata. As comunidades Yanomami e Ye’kwana seguem ameaçadas e sem proteção do estado.

A Hutukara Associação Yanomami denunciou mais um ataque de garimpeiros a indígenas em Roraima por meio de ofício enviado à Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami, a Superintendência da Polícia Federal no estado, a 1ª Brigada de Infantaria da Selva do Exército e ao Ministério Público Federal.

À tarde, diante do prédio da Funai, policiais atacaram manifestantes indígenas com spray de pimenta e bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral. Em nota divulgada após o ocorrido, os povos que participam da mobilização em Brasília pedem a saída do presidente do órgão, Marcelo Xavier.

“Trata-se da pior gestão da história da Fundação, que deixou de cumprir a função de proteger e promover os direitos dos povos indígenas para negociar nossas vidas e instrumentalizá-la em prol de interesses escusos e particulares do agronegócio, da garimpo ilegal e de outras tantas ameaças que colocam em risco a nossa existência”, diz trecho de carta dos indígenas. Leia a íntegra no final desta reportagem.

Nós, povos indígenas reunidos no Levante Pela Terra, em Brasília, estamos mobilizados há mais de 10 dias contra a agenda anti-indígena que tramita nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, colocando em risco a vida de todos os povos indígenas.

Ainda sob as restrições da pandemia e com maioria de nós vacinados – vacinação que só aconteceu com muita luta do movimento indígena, reunimos mais de 1 mil indígenas de todas as regiões do Brasil e afirmamos: o delegado Marcelo Xavier não é mais o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai)!

Trata-se da pior gestão da história da Fundação, que deixou de cumprir a função de proteger e promover os direitos dos povos indígenas para negociar nossas vidas e instrumentalizá-la em prol de interesses escusos e particulares do agronegócio, da garimpo ilegal e de outras tantas ameaças que colocam em risco a nossa existência.

Um delegado que transformou a Funai na “Fundação da INTIMIDAÇÃO do Índio”, órgão que, hoje, mais se parece com uma delegacia política que persegue e criminaliza lideranças. Edita atos administrativos anti-indígenas, como a Instrução Normativa nº 09 e outras, negocia medidas no Congresso Nacional, a exemplo do lobby que ele apresentou aos inimigos dos povos indígenas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, pedindo – pasmem! – a aprovação do PL 490.

O PL 490 na prática acaba com a política de demarcação de terras indígenas no país, abrindo possibilidade inclusive de revisão de terras já demarcadas.

Chega de tantos absurdos.
Fora Marcelo Xavier.

Levante pela Terra
Brasília – DF, 16 de junho de 2021

Redação: Cida de Oliveira.

Com Apib, Cimi


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