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Fórum Democrático debate sustentabilidade e desenvolvimento regional na zona Sul

Fórum Democrático debate sustentabilidade e desenvolvimento regional na zona Sul

O impacto das mudanças climáticas já não é uma previsão distante: tornou-se realidade presente na vida dos gaúchos. A necessidade de alinhar desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental dominou os debates durante a etapa sul do Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional, realizado pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul na cidade de Rio Grande, na segunda-feira, 2 de junho. Autoridades, representantes de universidades, instituições e movimentos sociais estiveram reunidos para discutir alternativas sustentáveis e enfrentar os desafios climáticos que afetam diretamente a região.

A cobertura da RádioCom acompanhou de perto o encontro, que teve como principal objetivo promover um debate aberto sobre crescimento sustentável, buscando soluções que integrem desenvolvimento social, econômico e ambiental.

O que é o Fórum Democrático

O deputado estadual Pepe Vargas (PT), presidente da Assembleia Legislativa, explicou que o Fórum Democrático começou a ser realizado em 1999 e serve como espaço de interlocução entre o Legislativo e a sociedade gaúcha. "Todos os anos se escolhe um tema. Este ano escolhemos a sustentabilidade", afirmou.

Vargas destacou que a iniciativa busca debater temas como a transição energética, a adaptação e a mitigação das mudanças climáticas. "Não basta só fazer adaptação às mudanças do clima, é preciso fazer mitigação", disse.

Emergência climática exige ação coletiva

O secretário de Meio Ambiente de Rio Grande, Antônio Carlos Soler, ressaltou que a cidade foi fortemente impactada por eventos climáticos extremos recentes. "Nós vivemos uma emergência climática que precisa ser enfrentada dentro também de uma lógica social e econômica", afirmou.

Soler alertou que as populações mais vulneráveis são as mais atingidas, embora não sejam as responsáveis pela crise climática. Para ele, a participação da sociedade é essencial. "É fundamental que esse enfrentamento seja construído de forma coletiva, com o Estado, com os municípios, com o governo federal e com toda a sociedade."

A vice-prefeita de Pelotas, Daniela Brizolara, destacou que o fórum é fundamental porque “não podemos mais falar sobre desenvolvimento econômico sem responsabilidade e sem sustentabilidade”. Ela lembrou que as enchentes que atingiram Pelotas e outras regiões foram “um aviso muito grande da nossa natureza”, mostrando que as mudanças climáticas não são mais uma projeção, mas uma realidade.

Desenvolvimento econômico com responsabilidade

O deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT) chamou atenção para a degradação ambiental no estado. "Temos mais de 700 mil hectares de áreas degradadas no Rio Grande do Sul", afirmou. Para ele, práticas como a monocultura impactam diretamente na preservação ambiental, no desaparecimento das matas ciliares e na qualidade da água consumida.

Lindenmeyer também ressaltou que iniciativas como a possibilidade da criação da biorrefinaria de Rio Grande, que seria "a primeira da América Latina", representam passos importantes para o desenvolvimento sustentável e a inovação tecnológica da região.

A prefeita de Rio Grande, Darlene Pereira (PT), reforçou a necessidade de integrar forças entre diferentes setores da sociedade. "Estamos integrando universidades, institutos de pesquisa, institutos de extensão, como é o caso da Emater, para que junto com a comunidade possamos pensar as melhores soluções", afirmou. Ela destacou a biorrefinaria como exemplo de ação sustentável e defendeu políticas públicas que impulsionem investimentos dessa envergadura em toda a região sul.

Unir forças para enfrentar novos desafios

O vereador de Pelotas, Ivan Duarte (PT), defendeu que eventos como o Fórum são fundamentais diante das transformações climáticas. “O mundo inteiro está preocupado com o aquecimento global, com o derretimento das geleiras, com o crescimento do nível das águas”, afirmou.

Para Duarte, é essencial que o crescimento seja pensado de forma sustentável, considerando os efeitos já sentidos nas regiões. “Temos que crescer de forma sustentável e enfrentar esse novo momento”, disse. Ele concluiu que "a palavra 'crescimento sustentável' tem que ser uma palavra de ordem quando se fala em mudança climática".

Um documento para guiar o desenvolvimento sustentável

Encerrando o evento, Pepe Vargas reforçou que a meta não é apenas discutir, mas agir. Ele explicou que, além dos debates, o Fórum busca resultados concretos com a produção de diretrizes que guiarão políticas públicas sustentáveis.

O deputado destacou que, ao fim dos seminários regionais, será elaborada uma carta da região sul, que integrará o conjunto de propostas estaduais. "Estamos fazendo grandes debates, tratando de temas como a transição energética, a transição ecológica dos sistemas produtivos e a sustentabilidade na agricultura, na indústria e nas cidades", disse. Vargas frisou ainda a importância de aproveitar essa pauta como oportunidade para gerar novos negócios, empregos e renda.

Foto: Lauro Alves/ALRS


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