Mais Recentes :

Fazer arte é uma forma de resistência: Salve Arte apresenta Programa 13

Fazer arte é uma forma de resistência:  Salve Arte apresenta Programa 13

Mais uma noite com muita arte será apresentada em mais um webprograma do Salve Arte Festival, com transmissão no canal do youtube do projeto  nesta terça-feira, dia 18, a partir das 20h. Apresentado e realizado na Casa do Tambor, em Pelotas, o Salve Arte contemplará ao total 224 nomes artísticos e mais um incontável número de trabalhadores da arte e cultura, com um total de 16 programas, cada um envolvendo sete espetáculos com diversos padrinhos e madrinhas, vindos de diferentes países.

Para este próximo programa, o idealizador e coordenador Kako Xavier destaca que será um programa especial de interpretações: “Cada artista, a partir da sua linguagem, trouxe a sua identidade de interpretação. As apresentações estão muito entregues, tanto nos shows, como dos outros artistas que também são provocados a mostrarem o seu lado artístico e a interpretação dos seus fazeres artísticos”, afirmou. O produtor e artista também destaca que, recentemente com a perda de grandes nomes da música, como: Cassiano e Luis Vagner, a representatividade da música black estará muito bem retratada, através do show de Vagnotreta e das participações das cantoras Andréa Cavalheiro e Nina Fola. A noite ainda contará com espetáculos de música, teatro, expressão de artes visuais e diálogo sobre produção cultural. 

Uma realização coletiva

O projeto, que teve uma pré-temporada no ano passado, realizado a muitas mãos de forma totalmente independente, iniciou 2021 contemplado no edital n° 09/2020, sendo realizado com recursos da Lei nº 14.017/2020, através do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Sedac/RS. “Através de coletividade e responsabilidade, o Salve Arte chega com uma maturidade muito bacana neste momento. É um grande orgulho poder fazer a minha parte, acreditar, realizar e ver o quanto o projeto tem sido necessário, ainda mais na pandemia. Teremos uma construção muito grande ainda pra frente, a partir dos frutos do festival”, adiantou Kako.

O Salve Arte ainda não terminou, mas já está deixando um gostinho de saudade antecipada por tudo o que tem representado ao longo de cada exibição. Com o encerramento marcado para o dia 26 de junho, a produção prepara um grande programa com um apanhado de tudo o que aconteceu nas edições anteriores: “Será um catálogo prático, apresentado ao vivo para as pessoas acompanharem de suas casas”. Kako diz que muitas novidades e fortes emoções serão vividas na etapa final, com um encerramento que está sendo preparado com chave de ouro dentro da programação do festival, o qual tem se expressado  como um respiro de resistência, sobrevivência e manifestação da diversidade cultural.

Uma construção circular e com continuidade

O festival, que tem envolvido diferentes linguagens e artistas, de diversos lugares, tem criado muitas pontes, intercâmbios e, com isso, muitos frutos de continuidade. “O Salve Arte trouxe para os artistas a possibilidade de enxergarem em seus próprios territórios muita coisa boa. Queremos ter esse material para apresentarmos na Casa do Tambor, oferecendo ao público a arte da zona sul. E também provocar a construção do público desses artistas, apresentando o Salve Arte em outros espaços dentro da zona sul com possibilidades de circulação, propondo encontro de diferentes linguagens e diferentes artistas, após a pandemia”, finalizou Kako.

Confira a programação completa do Programa 13 com depoimentos dos artistas:  


Vagnotreta: a força e a essência  da Black Music

O artista é conhecido por trazer elementos da música negra em seus trabalhos, tanto em tributos especiais, como em seu trabalho autoral. Seu show é carregado da essência black e para a apresentação no Salve Arte, o músico diz que trará duas músicas autorais do seu trabalho mais recente: “Fiz um formato bem acústico, com piano, cajon, contrabaixo e voz, trazendo bastante a rítmica e a essência do som, mais ligado à black music. O trio é formado por mim,  Jefinho Jackson, no teclado e Mat M (Menega), no contrabaixo. Menega é também meu diretor musical”.

“O Salve Arte é um festival magnífico. Possui uma importância gigantesca por contemplar os artistas da região, uma estrutura muito boa e uma produção muito qualificada  que possibilita uma estrutura boa para mostrarmos com qualidade nossa arte. Está marcando bastante esse período da pandemia e fazendo muita história. Fiquei muito entusiasmado em participar”.

Vagnotreta é amadrinhado pela cantora Andrea Cavalheiro, de forte expressão na cena da música negra em Porto Alegre. A cantora já trabalhou como atriz num musical, possui um grandioso trabalho na música e atualmente, em função da pandemia, se dedica a aulas online, jingles e locuções. 

Sobre o Salve Arte, ela declara: “É de fundamental importância conhecer músicos de todo o estado, especialmente da região Sul. O Salve Arte, agrega muito valor neste sentido, sem rótulos, sem um segmento único de estilo musical, todos têm um espaço para mostrar seus trabalhos. E músicos bons não faltam. Não conhecia o Vagnotreta, mas fui buscar seus trabalhos nas redes sociais e achei incrível. E o mais interessante é que ele também tem uma caminha na música negra, assim como eu,  então me identifiquei bastante com o trabalho dele, inclusive estou atrás de compositores. Quem sabe o Vagno não escreve algo pra mim!”

Laura Correa e a voz que encanta e incendeia 

A cantora uruguaia, que mora em Rio Branco, fronteira com Jaguarão, canta desde os 8 anos de idade e possui memórias e histórias muito significativas do seu envolvimento com a música. Ela conta que sua relação com a arte é de proximidade e de amor e se deu de uma forma muito natural ao longo da sua vida. Jovem, mas com um grande talento na música, traz um estilo folclórico raiz, com diferentes experimentações.

“Minha ideia foi levar uma versão mais intimista, mais leve das músicas que faço do meu disco mais recente, que sairá em breve. Fui acompanhada pelo músico Igo Santos, que é também produtor do meu disco. Falamos de nossa cidade, dos direitos, do amor e de coisas importantes, especialmente nestes tempos.

O Salve Arte proporciona a nós uma oportunidade incrível. Um evento que tem como objetivo dar oportunidade e visibilidade aos artistas da região sul . Sou muito grata por ter essa oportunidade e contar com pessoas que trabalham para que a arte não se apague. São necessárias essas ações. Somente a arte salva”, declarou Laura.

Quem amadrinha Laura é a cantora, instrumentista e compositora catarinense, Ana Paula Silva, que possui 24 anos de carreira e coleciona diversos prêmios de reconhecimento ao seu trabalho.  Seu mais recente projeto foi se tornar Mestra em Processos Criativos pela Udesc em Florianópolis. Ana Paula falou sobre a realização do Salve Arte:
“Realizações como o Salve Arte são de extrema importância. Vivemos um processo que vive emergindo, com muitos artistas de diversas partes do Brasil não estando no grande centro, então produções que abrem novas oportunidades a esses artistas, para que tenha uma entrega, uma força maior para alcançar novos públicos, editais que possam contemplar a cultura e artistas, são de extrema importância. Este intercâmbio é maravilhoso. Espero conhecer a Laura em breve e percebo que é muito bonito e muito generoso por parte  dos artistas receber  e apresentar novos artistas. É uma via dupla e maravilhosa. A música é para somar e estamos mais do que nunca unindo essas redes, fazendo com que esse manto esteja mais fortalecido, realizando novas ações artísticas.”

Thairone Arteiro: O teatro como resgate da cultura popular

Na linha do teatro, o festival apresenta Thairone Dorneles, de Canguçu. Através do quadro "Histórias da Vó Selma" preparou a contação "Os Três Desejos", inspirado na obra de Charles Perrault. A obra, adaptada para o contexto gaúcho, narra a história de um casal que passava os dias a reclamar, sem fazerem nada para melhorar suas vidas. 

Para Thairone, intérprete da Vó Selma e idealizador do Canal Professor Arteiro, este quadro objetiva o resgate da cultura literária popular e a valorização da tradição oral, buscando apresentar narrativas próprias da cultura gaúcha ou que sejam criadas para este contexto, deste modo, destacando aspectos da diversidade cultural presente em nosso estado.

Os elementos cênicos e bonecos são confeccionados por ele, que também assina a dramaturgia, letra das canções e a direção geral da obra. Os arranjos e a instrumentação das canções são assinados pelo músico e compositor Gustavo Baldi.

“O Festival Salve Arte tem se mostrado um importante aliado na difusão e valorização de artistas locais que por vezes se encontram à margem dos holofotes da cena cultural. É muito satisfatório presenciar um festival deste porte e importância sendo desenvolvidos por profissionais da cultura local e que objetiva, não somente oportunizar um espaço de troca e valorização dos artistas, como também estreitar os laços entre fazedores da cultura e expectadores que, se tratando de um festival de caráter online, tem um alcance incalculável. Isso tudo, sem dúvidas, tem colaborado de modo muito significativo na vida dos artistas que passam pela tela do Salve do Arte e tem contribuído efetivamente para a manutenção do fazer cultural de nossa região, tão afetada pela pandemia.”

Quem o apadrinha é o ator, produtor cultural e diretor Douglas Castro, natural de Triunfo  e atualmente residente em Porto Alegre. Douglas trabalha no Sesc São Leopoldo e atualmente, devido a pandemia, vem se dedicando a dar aulas online e demais atividades ligadas à produção cultural. Sobre o festival, Douglas declara:


“O Salve Arte vem em um período muito importante, onde todos nós artistas estamos passando, talvez, por uma das maiores crises que a cultura já atravessou. Sabemos sim, que a cultura pouco é prioridade no atual governo, mas, devemos resistir. E é isso que o Salve Arte vem fazer, vem resistir e apoiar o artista local em tempos tão incertos.”

Geovane Marques e Negrinho Martins: A música Latino-americana com sotaque do pampa gaúcho 

O duo da música instrumental preparou seu trabalho autoral na apresentação com a pegada latino-americana, influências mundiais, matizadas no sotaque do pampa gaúcho.

O duo, que traz acordeon e violão em sua musicalidade, declara que o Salve Arte foi um respiro para os músicos da região Sul: “Um Festival contemplando o fazer artístico e toda sua subjetividade em tempos tão sombrios quase sem esperança, renovou as forças, assinalou, viabilizando a possibilidade de  se aventurar por um novo caminho como este festival online. Nós e a cultura agradecemos ao Salve Arte Festival e toda sua equipe por essa luz de dias melhores”. 

O padrinho da dupla é o expoente da música, James Liberato, de Porto Alegre. Com sua carreira desde o final dos anos 70 e início da década de 80, James possui quatro discos gravados e atua como músico, produtor e professor musical. 

“O Salve Arte, além de proporcionar um espaço para os músicos mostrarem seus trabalhos, gera trabalho, envolve uma cadeia extensa dos colaboradores, deveriam existir mais iniciativas assim no estado, especialmente neste tempo. Geovane e Negrinho são grandes músicos do estado. É fantástico, nós como padrinhos, termos a oportunidade de apresentar o pessoal mais jovem e da mesma forma, valorizar o trabalho de quem está há mais tempo no mercado. É útil para ambos”

Camila Hein: arte e educação como um respiro coletivo 

A arte educadora e artista visual conta um pouco da sua trajetória, que iniciou nos anos 2000 com o Mafuá das Artes, um ateliê coletivo que fazia festas para se manter e realizava muitas atividades artísticas como saraus, exposições e shows, em Pelotas. Ela também fala sobre o seu envolvimento com exposições desde o início de sua trajetória.

 “Nos últimos anos me dediquei à fotografia e com isto fiz muitas parcerias importantes aqui na cidade de Pelotas. Em 2019 resolvi largar um emprego público  para a área cultural e ambiental, e isto me permite estar mais a par do que está acontecendo, porém com a pandemia, perdemos muita mobilidade e estamos aprendendo a fazer uma série de coisas que antes não era necessário”.

A artista também conversou sobre novas organizações de fortalecimento de políticas públicas, especialmente neste período pandêmico. 

“Eu considero que o Festival Salve Arte vem com uma proposta incrível, o fato de dar visibilidade e juntar tantos artistas em um mesmo evento é realmente muito significativo. Nós sabemos que em Pelotas há artistas de todas as áreas com ótimos trabalhos, mas conseguir juntar este número de trabalhadores da cultura é realmente incrível. Eu diria inclusive que este Festival permite ter uma amostra da grande potência que tem Pelotas que talvez nunca tenha tido a oportunidade de ver tantos artistas juntos.”

Sua madrinha é a curadora e produtora Francis, de Rio Grande do Norte, mas residente em Pelotas. Dentre diversos trabalhos de grande relevância artística, Francis é também  autora e curadora do projeto de arte Internacional Entrelínguas e com a mostra internacional 5X5 em parceria com a Universidad de Caldas/Colômbia pude fazer essa circulação e trocas culturais, redes de contatos e amizades. Francis também conversou com a assessoria do Festival Salve Arte e declarou:

“Levei um susto por receber o cachê do projeto, é incrível! Inicia-se uma nova era cultural?  Espero que esse apoio permitido por projetos de iniciativas de agentes, tanto quanto de estado parta para uma constante. É super importante essa valorização. Estimula, enaltece.

Pela experiência no projeto Entrelinguas acho super importante essa iniciativa do Salve Arte pela região sul, e mais que isso é incrível o envolvimento e inclusão das várias áreas na participação do projeto. Abraçar as várias áreas. Generosidade com os artistas e com a região. Sobre o trabalho específico de Camila, a criação de objetos, acredito que foi importante para a geração pelotense, ela participou de salões com aquelas obras e isso é fundamental para a história das artes visuais da cidade e região. Sobre a produção de fotografia, Camila traz uma temática muito atual como a percepção ecológica, da relação do ser humano com a natureza. Ela propõe um olhar e mais que isso um se voltar para a natureza e seus entornos. Da importância de se fazer a manutenção e a preservação do meio ambiente. Apadrinhar é se colocar junto, proteger. Apadrinhar como protetor, pessoa que  ampara, que guarda, que torce para dar certo, entre outros.. esse é o significado do ser padrinho/madrinha.”

Vinícius Moraes: a conexão entre Brasil e Moçambique na produção cultural 

Produtor cultural há mais de 10 anos, com atuação em Pelotas, iniciou seu envolvimento na cultura produzindo ações culturais e eventos de rua em espaços públicos, buscando conexão da periferia com o centro, através de ações com a universidade e em espaços culturais da cidade.
Como estudante de Filosofia, fez um intercâmbio em Moçambique e lá, juntamente com moçambicanos e brasileiros, desenvolveu um trabalho de conexão cultural, denominado MozBrasil. Quando retornou a Pelotas, foi um dos fundadores do Centro Cultural Marrabenta, realizou o Festival MozBrasil e faz parte de projetos como o Kanimambo, Madaucane Arte em Batique, entre outros. 


“O conceito ‘Salve Arte’ é interessante porque agrega dois sentidos muito importantes e complementares: o projeto, ao mesmo tempo que trás uma proposta de valorização da arte e adaptação das formas de produção cultural em tempos que os encontros presenciais se tornam impossíveis - dado o advento da pandemia que assola nosso país, surge também, como uma forma potente de ‘salvar’ artistas e agentes culturais, que fazem parte de um dos setores mais atingidos pela crise que vivemos, que é o segmento cultural. E não faz isso timidamente: o Salve Arte vem para dar voz, vez e palco virtual para centenas de artistas, vindouros dos mais variados segmentos culturais, e não só isso, mas também oferece uma remuneração digna em tempos que ela é extremamente necessária. Então o Salve Arte não não vem apenas dar um ‘Salve’, uma ‘Saudação’, para arte e para cultura, como é um projeto que vem verdadeiramente para estender suas mãos para cultura no momento que ela mais precisa.

Sua madrinha é a cantora e percussionista Nila Fola, de Porto Alegre. A artista conta que nasceu em terreiro, possui envolvimento com escolas de samba e iniciou na década de 90 sua carreira. “Na juventude eu começo a trabalhar com a capoeira angola, movimentos sociais, música, cultura popular e teatro. A arte tem permeado minha vida durante todos esses anos. Como mulher negra gaúcha, desde sempre venho colocando a importância de dar visibilidade à contra-cultura hegemônica. É extremamente importante mostrar essa região que é tão criativa, específica e principalmente nesse período pandêmico onde o nosso trabalho já ficou restrito no sentido laboral de subsistência, e também porque a arte para nós é orgânica e visceral e faz sentido para nossas vidas. Todo apoio, todo o reconhecimento da importância de projetos como o Salve Arte, que através da Lei Aldir Blanc, realiza suas ações. O  que seria da cultura e da identidade de um estado sem as suas manifestações culturais?”

Bando de Coirana  e o forró pé-de serra do Sul do Brasil 

 Há 18 anos o grupo vem compartilhando forró e demais ritmos brasileiros. A banda, que nasceu no curso de Oceanologia da FURG traz a proposta de tocar forró pé-de-serra, viola, zabumba, triângulo e pandeiro.

Abraçado pela Praia do Cassino, o grupo expressa a música popular autêntica proporcionando um forró bom de ver, ouvir e dançar, levando o nome do Bando com muita rebeldia e alegria.


“Preparamos três músicas autorais que falam muito sobre nós desde  o momento da formação, tirando o paradigma do forró apenas no calor, mas também diante do frio, esquentando nossa comunidade. Apresentaremos o xote do Uruguai, a partir de uma experiência que tivemos num show internacional e também teremos um xote de amor.

Ter um festival para vibrar por todos os artistas e dar oportunidade para compartilhar, é realmente maravilhoso. Só temos a agradecer a oportunidade de estar participando e compartilhando com tantos artistas espetaculares da região sul”, declarou o vocalista Gustavo Baila. 

Quem os apadrinha é o cantor, compositor e músico gaúcho Thiago Ramil, de Porto Alegre – sobrinho dos irmãos Kleiton Ramil, Kledir Ramil e Vitor Ramil – e que recentemente  lançou seu terceiro álbum intitulado: O sol marca o andar do tempo e a imensidão do universo todo dia.

SERVIÇO:

Transmissão ao vivo pelo youtube oficial do Salve Arte, dia 18, às 20h.

Realização: Casa do Tambor

Coordenação Geral e Apresentação: Kako Xavier

Financiamento: Lei 14.017/2020, Lei Aldir Blanc, através do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Sedac.

Apoio: TVE, FM Cultura, Diário Popular, União FM, Prefeitura Municipal de Pelotas, Osirnet e TV Nação Preta. 

Site oficial: www.salveartefestival.com

Fonte: Ediane Oliveira - Assessoria de Imprensa do Salve Arte festival

Imagem: Assessoria de Imprensa


0 comentários

Adicionar Comentário

Anunciantes