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Estudantes de Teatro da UFPel ocupam Sala Preta para reivindicar espaço digno de formação

Estudantes de Teatro da UFPel ocupam Sala Preta para reivindicar espaço digno de formação

Ato cobra estrutura adequada, segurança e reconhecimento institucional para espaço essencial à prática artística


Estudantes do curso de Teatro-Licenciatura da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) iniciaram nesta semana a ocupação da Sala Preta, no bloco 1 do Centro de Artes. A mobilização é um protesto contra o uso inadequado e a falta de estrutura do único espaço com condições técnicas para ensaios, montagens e apresentações teatrais na universidade.

A Sala Preta, que historicamente funciona como laboratório cênico e palco para ações extensionistas, tem sido compartilhada com outros cursos sem os cuidados necessários. Os estudantes denunciam que o ambiente vem sendo utilizado por pessoas sem formação técnica, o que tem provocado danos a equipamentos de luz e som, além de comprometer a segurança e a higiene do local.

Espaço de formação artística

Apesar da inauguração de um novo prédio com salas destinadas ao curso, a falta de equipamentos e infraestrutura básica torna inviável o seu uso. A Sala Preta, portanto, permanece como o principal espaço para atividades práticas — especialmente as disciplinas de Encenação e Montagem Teatral, que exigem apresentações públicas como parte obrigatória do processo formativo.

Essas atividades fazem parte do programa Teatro em Extensão, que conecta a universidade com a comunidade por meio de espetáculos, performances e projetos culturais, integrando ensino, pesquisa e extensão.


Imagem: Sofia Arnoni

Reivindicações

Durante a ocupação, os alunos garantem que manterão as aulas e outras atividades previstas no local, assumindo a responsabilidade pela conservação do espaço. As principais demandas apresentadas são:

  • Manutenção elétrica e técnica: revisão de lâmpadas, fiação, ar-condicionado e equipamentos de luz e som;
  • Uso seguro dos equipamentos: monitoramento por técnico qualificado e presença de bolsista responsável;
  • Reconhecimento como espaço de recepção de público: com estrutura adequada de arquibancadas e parceria com a FAURB para soluções permanentes;
  • Garantia de prioridade para o curso de Teatro: na agenda e organização do espaço;
  • Valorização simbólica: proposta de nomear o espaço como Sala Mário Maia, em homenagem ao professor que ali desenvolveu seu trabalho com marcenaria musical;
  • Reconhecimento institucional: como espaço exclusivo de prática teatral da UFPel.

Dignidade e permanência

Segundo os estudantes, a ocupação é uma ação pacífica e legítima que busca garantir condições dignas para a continuidade da formação artística. Eles destacam que o movimento não é contra outros cursos, mas a favor da preservação e valorização do fazer teatral.

“A Sala Preta representa muito mais do que um espaço físico: ela é parte integrante da formação de artistas, pesquisadores e educadores. É um lugar de criação, afeto e transformação que precisa ser cuidado e reconhecido”, afirmam na carta enviada à direção do Centro de Artes.



Fonte: Centro Acadêmico de Teatro UFPel

Imagem: Sofia Arnoni


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