A população de Pelotas deve começar a perceber, ainda em 2025, mudanças visíveis no Centro Histórico da cidade. A ideia da atual gestão é que, até o fim do ano, o espaço já esteja com uma “nova imagem”, resultado de um conjunto de ações de revitalização, fiscalização e reorganização do uso do espaço público. Intervenções estão sendo feitas nos calçadões das ruas Andrade Neves e XV de Novembro, na Praça Coronel Pedro Osório, no Mercado Central e em outras áreas centrais, com foco tanto na preservação patrimonial quanto na qualificação do comércio e da circulação de pessoas.

A pauta foi tema da edição desta quarta-feira (16) do programa Edição da Manhã, da RádioCom Pelotas, que recebeu o secretário de Urbanismo, Otávio Peres, e a diretora de Gestão da Cidade, Samara Christ. A entrevista abordou os principais projetos da Secretaria de Urbanismo para o centro da cidade, destacando obras, parcerias, políticas de ordenamento urbano e os desafios em lidar com áreas tombadas e com intenso uso comercial.

Diagnóstico e intervenções no calçadão

Segundo Otávio Peres, a atual administração tem trabalhado desde o início do mandato do prefeito Fernando Marroni em ações de zeladoria urbana e agora direciona os esforços para o Centro Histórico. “Fizemos uma ação integrada entre fiscais, arquitetos e urbanistas para identificar problemas no calçadão. Estamos diagnosticando desde bancos e lixeiras até tampas metálicas quebradas, que oferecem risco à população”, explicou.

Além da infraestrutura, a Secretaria de Urbanismo também está fiscalizando a ocupação do espaço público por lojistas e vendedores ambulantes. “Encontramos estruturas como gazebos, bancas de venda e materiais publicitários instalados de forma irregular. Nosso foco inicial é pedagógico, com diálogo e orientação, mas com medidas que assegurem o uso coletivo do espaço”, destacou o secretário.

Novas regras e espaços para o comércio ambulante

Samara Christ explicou que há um processo de reorganização do comércio ambulante, com a previsão de lançamento de novos editais. A ideia é abrir vagas para atividades específicas como floricultura, chaveiros, artesanato, revistarias e gêneros alimentícios, respeitando áreas apropriadas para esse tipo de comércio. “Estamos mapeando outros pontos da cidade além do Centro para garantir uma distribuição mais equilibrada e ordenada do comércio de rua”, afirmou.

Esse planejamento também visa melhorar a circulação dos pedestres e valorizar o espaço público, assegurando que as áreas centrais sejam acessíveis, organizadas e visualmente mais agradáveis. A proposta é integrar regulação urbana com políticas de inclusão econômica.

Praça Coronel Pedro Osório e mercado central em foco

A Praça Coronel Pedro Osório, um dos cartões-postais da cidade, também está recebendo atenção especial. Segundo o secretário, a reforma dos banheiros públicos foi uma das principais demandas e está em andamento, após tramitação de recursos e aprovação dos projetos junto ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Além disso, estão previstas melhorias no pavimento, na iluminação e na segurança do espaço. “Instalamos recentemente uma nova câmera de vigilância, cobrindo a área dos banheiros e o entorno da praça. A ideia é avançar com correções estruturais e deixar o espaço mais seguro e funcional”, comentou Otávio.

No mercado central, as ações são conduzidas pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, mas contam com o apoio técnico da Urbanismo, Turismo e Cultura. Entre as iniciativas, está a reedição do edital de concessão das bancas e investimentos em melhorias visuais e estruturais no prédio histórico.

Parcerias e recursos para a requalificação

A gestão tem buscado parcerias com entidades comerciais e empresariais para viabilizar parte das obras. “Essas melhorias no Centro estão sendo feitas com recursos de contrapartidas urbanísticas de empreendimentos imobiliários da própria região. São valores compensatórios que estão sendo revertidos em benefícios para a cidade”, detalhou o secretário.

Sobre a participação do IPHAN nas obras, Otávio ressaltou que o órgão é um parceiro fundamental e não um obstáculo. “Eles acompanham de perto todo o processo. No caso da reforma do banheiro, por exemplo, vamos modificar os acessos para melhorar a visibilidade e evitar acúmulo de sujeira. Há um cuidado com a questão arqueológica e patrimonial, como deve ser”, disse.

O secretário concluiu dizendo que, embora haja metas até o final do ano, o trabalho de cuidado com o Centro Histórico será contínuo. “A cidade é viva, ela se reconstrói o tempo todo. Vamos seguir cuidando de todas as regiões, não só do centro, durante todo o nosso governo”, finalizou.

Confira a entrevista completa no canal da RádioCom Pelotas no YouTube.