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Edição da Manhã: Pop Center necessita de melhorias estruturais e reavaliação contratual
Com mais de 440 bancas e uma localização estratégica no centro de Pelotas, o Pop Center é um dos principais polos de comércio popular da cidade. Apesar de sua importância, o espaço enfrenta desafios estruturais e contratuais que têm gerado insatisfação entre os permissionários. A prefeitura tem se mobilizado para reestabelecer seu papel nessa relação e buscar soluções para melhorar o funcionamento e o entorno do local.
Em entrevista ao programa Edição da Manhã da RádioCom Pelotas, o secretário de urbanismo, Otávio Peres, detalhou sua recente visita ao Pop Center e as articulações realizadas com representantes da concessionária e dos permissionários. O objetivo, segundo ele, é encontrar soluções concretas para os problemas identificados tanto na estrutura interna quanto externa do espaço.
Revisão contratual e papel da prefeitura
O Pop Center funciona por meio de uma concessão firmada em 2012 entre o poder público e uma empresa privada responsável por sua construção e operação. Otávio Peres explicou que, ao assumir a nova gestão, a prefeitura identificou um distanciamento nas relações entre os três entes envolvidos: a concessionária, os permissionários e o município.
"A prefeitura vinha se ausentando dessa relação, o que agravava os conflitos entre concessionária e permissionários", afirmou. Desde fevereiro, reuniões e audiências públicas vêm sendo realizadas para retomar o diálogo e revisar pontos críticos do contrato, como os valores de repasse e os aditivos firmados durante a pandemia. O contrato, que originalmente se encerraria em 2037, foi estendido até 2044 para compensar o tempo que o Pop Center esteve fechado no período da pandemia, o que levanta questionamentos sobre os retornos financeiros previstos e o equilíbrio econômico da concessão.
Demandas estruturais internas e externas
Durante a visita ao Pop Center, a principal demanda interna apontada pelos permissionários foi a climatização do espaço. “Nos dias frios é muito frio, nos dias quentes é muito quente”, relatou Peres, destacando a dificuldade de viabilizar esse investimento por meio do contrato vigente. Ainda assim, ele afirmou que a manutenção geral do ambiente interno tem se mantido satisfatória.
No espaço externo, a atenção se voltou para a Praça Cipriano Barcelos e o entorno do Pop Center. Estão em pauta a reativação dos chafarizes, melhorias na iluminação, definição de responsabilidades de segurança, além de soluções de acessibilidade que incluam a antiga ponte do Santa Bárbara e a possibilidade de conectar o espaço ao transporte coletivo. Também está sendo discutida a limpeza da área sob a ponte, onde há pessoas em situação de vulnerabilidade.
Preços, permissões e sublocações
O secretário esclareceu que o valor semanal cobrado por uma banca no Pop Center foi recentemente reduzido, por meio de acordo com a concessionária, de pouco mais de R$ 250 para valores abaixo dos R$ 200. Isso resultou no aumento do número de permissionários e na ocupação de dezenas de bancas que antes estavam vazias.
Em relação à sublocação, Peres foi categórico: "Não é legal e não é permitida." Ele explicou que, embora haja casos em que bancas contíguas foram unificadas por membros de uma mesma família ou sociedade, a prefeitura segue responsável pelas permissões e mantém controle sobre a legalidade das ocupações.
Relação com a concessionária e próximos passos
Sobre a atuação da empresa concessionária, o secretário afirmou que, embora o contrato original tenha sido cumprido em termos formais — com a construção e funcionamento do Pop Center —, há muitos aspectos qualitativos sendo reavaliados. A prefeitura aguarda, por parte da concessionária, o envio de um plano de melhorias solicitado durante a última visita técnica, que deverá incluir intervenções na praça, acessos e iluminação.
Peres reforçou que a atual gestão busca garantir transparência e responsabilidade na relação contratual. “Acreditamos que já estamos caminhando para uma relação mais adequada, ainda que as melhorias concretas ainda não tenham se materializado”, concluiu.
Confira a entrevista completa no canal da RádioCom Pelotas no YouTube.
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