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Edição da Manhã: paralisação nacional atinge todos os campi do IFSul

Edição da Manhã: paralisação nacional atinge todos os campi do IFSul

O descontentamento com o não cumprimento integral dos acordos firmados em 2024 levou servidores da educação federal a organizarem uma paralisação nacional marcada para esta quinta-feira, 26 de junho. No Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) todos os 14 campi devem aderir à mobilização, impactando diretamente o calendário acadêmico.

Durante entrevista ao programa Edição da Manhã, o coordenador geral do SINASEFE, Manoel Porto Jr, detalhou os motivos da paralisação, denunciando o descumprimento parcial dos acordos que encerraram a greve do ano passado, com destaque para atrasos nos reajustes salariais e pendências que afetam docentes e técnicos administrativos.

Reivindicações não atendidas

Porto Jr explicou que, embora parte dos acordos tenha sido implementada, várias cláusulas ainda aguardam providências do governo federal. Entre elas, está a ausência de percentuais relativos à retribuição por titulação, a falta de isonomia no controle de frequência entre diferentes categorias de professores e a não publicação da nova regulamentação da atividade docente.

"Algumas coisas foram cumpridas, outras não. E tem questões que só dependem do Executivo. A mudança no decreto 1590, por exemplo, está nas mãos do ministro Rui Costa desde setembro do ano passado", destacou o dirigente sindical.

Outra preocupação levantada foi a ausência de instrumento legal que viabilize o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) - conquista prevista para abril de 2026. Segundo Porto Jr, a demora pode acarretar novos atrasos e perdas financeiras para os servidores.

Impactos da paralisação

A paralisação afetará todos os campi do IFSul. No Campus Pelotas, o calendário acadêmico já foi suspenso oficialmente. "Optamos por paralisar na quinta-feira para evitar interpretações equivocadas, como a de que se trata de um feriadão. Esse dia será reposto posteriormente no calendário de cada campus", afirmou Porto Jr.

Ele também ressaltou o impacto da paralisação nos estudantes, especialmente aqueles que dependem de transporte intermunicipal. "É importante que o calendário seja suspenso oficialmente para evitar deslocamentos desnecessários de alunos que, por vezes, terão apenas uma aula no turno."

Críticas à negociação e preocupações futuras

Apesar de reconhecer avanços em comparação ao governo anterior, Porto Jr avaliou que as negociações atuais seguem lentas e insatisfatórias. "Temos canais de contato, mas muitas vezes são mesas de enrolação. Tem temas caros à categoria que seguem sem resposta."

Entre as reivindicações ainda não atendidas, estão a possibilidade de entrada lateral na carreira docente, a correção de distorções salariais com aposentados e a revogação de acordos prejudiciais firmados em gestões anteriores. Ele também alertou para os riscos da retomada de uma reforma administrativa prejudicial aos servidores públicos.

Confira a entrevista completa no canal da RádioCom Pelotas no YouTube.



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