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Definidas as 10 mulheres negras que serão homenageadas na história de Pelotas

Definidas as 10 mulheres negras que serão homenageadas na história de Pelotas

Iniciativa será apresentada durante o aniversário da cidade e no Julho das Pretas com objetivo de valorizar legados femininos negros já falecidos


Dez mulheres negras que deixaram contribuições significativas para a construção social, cultural e educacional de Pelotas serão homenageadas em um painel físico e digital intitulado Mulheres Negras na História de Pelotas. A ação é promovida pela Secretaria Municipal de Igualdade Racial (SMIR), em parceria com as secretarias municipais de Políticas para as Mulheres, de Turismo e de Cultura.

A lista das homenageadas foi divulgada na terça-feira, 24 de junho. A escolha se deu por meio de votação popular, encerrada no dia anterior, realizada via WhatsApp institucional da SMIR. Foram selecionadas as dez mulheres mais mencionadas. Todas já falecidas, elas serão lembradas por suas trajetórias marcadas pela resistência, criatividade, liderança e legado positivo na cidade.

Reconhecimento e visibilidade à memória

O painel será composto por fotografias e pequenas biografias das homenageadas e ficará disponível em exposições durante o aniversário de Pelotas e ao longo da programação do Julho das Pretas — mês de valorização da mulher negra latino-americana e caribenha. A proposta é resgatar memórias e oferecer um espaço de reconhecimento simbólico à atuação dessas mulheres em diversos campos.

Homenageadas

  • Josiane Maciel Carvalho Silva

Produtora cultural, cantora e comunicadora, teve mais de duas décadas de atuação voltadas à arte, diversidade e transformação social. Foi também curadora de projetos artísticos, com trabalho voltado à valorização da cultura negra e ao empoderamento de mulheres negras e LGBTQIA+ em Pelotas.

  • Hildete Bahia da Luz

Natural da Bahia, foi uma das fundadoras da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em 1976. Professora universitária e enfermeira, formou gerações de profissionais da saúde e contribuiu diretamente para o desenvolvimento da enfermagem na região. Faleceu em 7 de janeiro de 2024.

  • Santa Cristina Pinheiro

Conhecida como Dona Santinha, nasceu em Candiota e chegou a Pelotas aos sete anos. Desde a infância, teve envolvimento com a culinária e tornou-se doceira e banqueteira de destaque. Foi uma das fundadoras da Cooperativa das Doceiras de Pelotas e defensora do reconhecimento do saber-fazer doceiro da região, constando como entrevistada no Inventário Nacional de Referência Cultural do doce pelotense.

  • Eva Eliana Medeiros Gomes

Professora com pós-graduação, teve uma carreira marcante no magistério estadual, atuando em diversas comunidades escolares. Encerrou sua trajetória profissional na Escola Estadual Nossa Senhora dos Navegantes, situada no mesmo bairro onde residia. Era também uma seguidora ativa da doutrina espírita e ministrava palestras sobre o tema.

  • Caroline Medeiros

Trancista e militante da cultura negra, foi uma das fundadoras e, posteriormente, proprietária do Studio Street. Ligada ao movimento Hip Hop, Caroline desempenhou papel importante em atividades culturais e de resistência da negritude em Pelotas e na região sul do estado.

  • Luciana Lealdina de Araújo

Filha de mulher escravizada, nasceu em Porto Alegre e mudou-se para Pelotas na década de 1880. Após perder os pais ainda na adolescência, foi acolhida pela Irmandade da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Devota de São Benedito, fundou o Asilo de Órfãs São Benedito em Pelotas, em 1901, e o Orfanato São Benedito em Bagé, em 1909.

  • Ligiamar Brochado Jesus, Giamarê

Compositora e intérprete, teve atuação destacada na valorização da cultura negra e das artes afro em Pelotas. Em novembro de 2006, lançou seu primeiro CD, Um canto pá ocê, no Theatro Sete de Abril — um trabalho que reúne poesia do cancioneiro africano e músicas de autores pelotenses.

  • Maria Helena Vargas da Silveira

Professora e escritora, sua atuação foi pautada na preservação da memória do povo negro. A literatura foi seu principal instrumento de resistência e valorização da identidade negra na cidade.

  • Mestra Griô Sirlei Amaro

Costureira, brincante de carnaval, baiana e educadora popular. Trabalhou em escolas, deu aulas de costura e teve forte presença na cultura popular de Pelotas. Em 2013, foi agraciada com o Prêmio Culturas Populares – 100 anos de Mazzaropi. Em 2022, recebeu postumamente o título de Doutora Honoris Causa da UFPel — tornando-se a primeira mulher negra a receber essa honraria. Seu nome batiza uma avenida, um pátio no Mercado Central e a Marcha do Dia da Consciência Negra do município, desde 2019.

  • Judith da Silva Bacci

Escultora pelotense que viveu e trabalhou na Escola de Belas Artes de Pelotas, mas foi impedida de frequentar o curso por ser negra. Ensinou muitos alunos e produziu bustos de figuras públicas como John Kennedy, Dom Antônio Zattera e Tancredo Neves. A estátua de Iemanjá instalada no Balneário dos Prazeres, em Pelotas, é de sua autoria.


Serviço

Painel Mulheres Negras na História de Pelotas

O que é: Exposição com fotografias e biografias de dez mulheres negras já falecidas

Objetivo: Dar visibilidade às contribuições históricas de lideranças femininas negras em Pelotas

Formato: físico e digital

Apresentação: durante o aniversário da cidade e no Julho das Pretas

Realização: Secretaria Municipal de Igualdade Racial (SMIR), em parceria com as secretarias de Políticas para as Mulheres, de Turismo e de Cultura

Seleção: por votação popular via WhatsApp institucional


Fonte: Prefeitura de Pelotas

Imagem: Revista AzMina


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