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#CaravanaCPERS segue na estrada por valorização e expondo o desamparo das escolas

#CaravanaCPERS segue na estrada por valorização e expondo o desamparo das escolas

Mudam os trajetos, mas a realidade de desatenção e desamparo se repete a cada região visitada pela Caravana do CPERS.

Nesta quarta-feira (24), os dirigentes do Sindicato pegaram a estrada novamente para fazer o que o governo não faz: ir ao chão da escola, ouvir as necessidades da categoria e ver de perto a fragilidade das escolas.

O que era para ser regra, é exceção. Escolas com estruturas adequadas e seguras mostram-se raras no caminho percorrido pela Caravana; o que prevalece são instituições sucateadas e educadores sobrecarregados e com salário defasado.

Um dos exemplos é o IE Professora Gema Angelina Belia, em Porto Alegre, que está com dois pavilhões interditados – uma brizoleta e um prédio de alvenaria – há dois anos.

A escola está com problemas na rede elétrica, infiltrações e cupins que comprometem as estruturas. São cerca de dez salas de aula comprometidas; os laboratórios de Física, Biologia e Química, além do auditório e a sala de Educação Física tiveram que ser transformados em salas de aula.

A inspeção e as medições foram feitas, mas o projeto segue parado. “O sentimento de abandono é grande. Ainda estamos aguardando o governo fazer alguma coisa pela nossa escola, mas até agora nada”, lamenta a diretora da instituição, Ludmila Valim Inamoratto.

Jecelaine Warth, vice-diretora, compartilha do mesmo sentimento. “Entra governo e sai governo e a impressão que passa é de que somos estorvo para o Estado. É muito triste.”

O segundo vice-presidente do CPERS, Edson Garcia, destacou a importância da Caravana para denunciar a realidade da educação pública. “Ouvimos a base da categoria e destacamos a importância da luta pela reposição salarial. Constatamos o que já temos denunciado: escolas completamente abandonadas devido ao descaso do governo.”

No antigo hospital, uma escola

A EEEb Margarida Pardelhas, em Cruz Alta, está há sete anos funcionando em um prédio hospitalar alugado pelo Estado.

Com mais de 800 estudantes, a instituição foi instalada no hospital, pois a obra da escola não foi concluída devido ao não pagamento por parte do governo e pela falência da empresa anterior.

No prédio atual, as salas de aula funcionam onde eram quartos hospitalares – sem o tamanho necessário para turmas com cerca de 30 estudantes. Com o retorno presencial obrigatório, a escola não possui estrutura suficiente para atender os protocolos sanitários, e segue com o revezamento e o ensino remoto.

A presidente do CPERS e o diretor Leonardo Preto Echevarria estiveram no local. “É inadmissível que essa situação se arraste por sete anos. O governo deveria fazer todo o esforço para que educadores e estudantes estivessem na estrutura da escola. Aula em ambiente que era hospitalar é inaceitável.”

A presidente Helenir e o diretor Leonardo também estiveram na EEEF Dr. Gabriel Álvaro de Miranda, IEE Professor Annes Dias, Ciep, EEEb Venâncio Aires, EEEM Profª Maria Bandarra Westphalen, Neeja Erico Veríssimo, EEEM Dom Antônio Reis e EEEM Dr. Hildebrando Westphalen.

Escola sem água há dois anos

Desde 2018, a EEEF Darcy Peixoto da Silveira (CIEP), em Cristal, está sem água. A vistoria técnica orçou em cerca de R$ 100 mil para a obra.

Segundo a direção da escola, a 5ª Coordenadoria Regional de Educação informa que o processo está em andamento. Mas, como é uma obra cara, exige tempo.

“Jamais imaginávamos que iam ser liberadas as aulas presenciais sem estarmos com este  problema resolvido.  Todo esse tempo da pandemia deveria ter sido aproveitado para solucionar essa questão”, destaca a diretora Rosane Fonseca Soares.

Atualmente, a escola luta por uma verba de R$ 33 mil para liberar as 12 torneiras e os banheiros.

A instituição, que atende 405 estudantes do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental e mais o EJA no turno da noite, segue com as aulas remotas. Os estudantes que não têm internet buscam atividades impressas.

“A escola tem uma estrutura muito boa, só que este problema impede as aulas. O processo está na Seduc desde 2018. Isso é muito grave”, ressaltou a diretora Carla Cassais, que visitou a instituição e também o IEE Cônego Luiz Walter Hanquet em Camaquã e a Escola Técnica Estadual Santa Isabel em São Lourenço do Sul.

Educadores de Frederico Westphalen na luta por #ReposiçãoJá

As diretoras do CPERS, Rosane Zan e Vera Lessês, acompanhadas pela diretora Maria Cleni da Silva e o secretário Ailton Solano de Lima, do 26º Núcleo, visitaram 12 escolas em sete municípios da região de Frederico Westphalen.

Para a diretora Vera Lessês, a intenção do governador é acabar com a educação pública. Por isso, a mobilização da categoria é essencial. “Percebemos um desmonte intencional da educação e das escolas públicas para parcerias futuras com entidades privadas. Esse projeto das 56 escolas modelo mostra que dinheiro o governo tem, basta priorizar o que interessa. Como vamos trabalhar em escolas com estruturas perfeitas, mas sem dinheiro para chegar até elas?”

A diretora Rosane Zan apresentou as principais ações do Sindicato para barrar os ataques do governo.

“Entramos com a proposição do projeto de lei para a reposição das nossas perdas na pandemia. Há dois estados que já receberam o ressarcimento. Então há jurisprudência. Esperamos que os deputados tenham sensibilidade e priorizem a educação”, asseverou.

Durante o dia, as diretoras também visitaram as escolas EET José Cañellas, EE Vergínio Cerutti – CIEP, EEEF Caiçara, EEEM 20 de Setembro, IEE Madre Tereza, EEEF Pedro Gemelli, EEEF José André Acadrolli, EEEM Danilo Daris, I.E.E. 22 de Maio, EEEB Padre Abilio de Marcos Sponchiado, EEEB Jose Zanatta e EEEF José André Acadrolli.

Municipalização coloca em risco futuro de escola de Seberi

A EEEF Pedro Gemelli, de Seberi, está há três anos sob ameaça de municipalização. Direção, professores(as) e funcionários(as) convivem com a apreensão de não saber o futuro da escola.

A diretora Clarice Melo questiona: “Por que pegar essa escola que tem uma estrutura boa e está funcionando e entregar para o município?”

Clarice se diz preocupada com a comunidade escolar que depende da escola, por ser uma das únicas na região. “Ficamos preocupadas com o futuro da escola, como vão ficar os professores? E os alunos terão vaga assegurada aqui? Não queremos perder o que construímos na escola”.

A comitiva do CPERS ressaltou a importância da mobilização da comunidade escolar, através de ações como audiências públicas, reuniões para a organizar o apoio da sociedade, abaixo-assinados e pressão nos deputados(as), vereadores(as), secretários(as) de educação e prefeitos(as).

Funcionários de escola em situação de emergência

A situação dos funcionários(as) de escola foi o foco das visitas nas escolas em Bagé.

A diretora do Departamento dos Funcionários(as) de Escola do CPERS, Juçara Borges, esteve em escolas de Bagé, acompanhada do 1º vice-presidente do Sindicato, Alex Saratt.

Na região, predominou a situação dos funcionários(as), que recebem um dos piores salários do estado, cujo básico é R$ 620. “Para atingir um salário mínimo, recebem completivo. Então, além da falta de reposição, o arrocho do  Piso Regional deixa a situação ainda mais grave”, explicou a diretora Juçara Borges.

Durante visita na EEEM Dr. Carlos Kluwe, funcionários(as) contratados realizaram filiação ao CPERS para fortalecer a luta por respeito e salário digno.

Na EEEB Professor Justino Costa Quintana, a vice-diretora, Lidiane Mendonça Ferreira, afirma que há falta destes profissionais na instituição. “Principalmente para a limpeza. Pela manhã temos 28 salas ocupadas e apenas cinco funcionárias para dar conta de todos os protocolos de higienização”.

A vice-diretora ainda lamenta a falta de professores(as) e bibliotecários(as). “Temos biblioteca, mas nenhum profissional da área para orientar as crianças”.

Para o vice-presidente do CPERS, Alex Saratt, a grave situação dos funcionários(as) é a prova contundente do grau de miserabilidade da categoria.

“Dados do Dieese mostram que  em 2021 são 12,5 mil trabalhadores ganhando menos do que custa uma cesta básica. E considerando todos os servidores do estado, 92% dos salários mais baixos pertencem à SEDUC. Por isso reivindicamos reposição já e reajuste do piso regional em 10,3%”.

As escolas da região de São Borja foram visitadas pelas diretoras Glaci Weber e Suzana Lauermann. Uma das instituições visitadas foi o IE Padre Francisco Garcia.

CPERS segue na estrada unificando a luta da categoria

Nesta quinta-feira (25), a Caravana estará na região dos núcleos de Ijuí (31º), Osório (13º), Palmeira das Missões (40), Porto Alegre (38º e 39º), São Luiz Gonzaga (33º), São Gabriel (41º) e Rio Grande (24º).

Fonte: CPERS  


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