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Aumenta número de afastamentos e suicídios entre policiais penais no RS, aponta estudo da UCPel
Levantamento revela crescimento de 240% nos atestados e alerta para crise de saúde mental no setor
O número de afastamentos por motivo de saúde entre policiais penais da Superintendência dos Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul (Susepe) cresceu 240% entre 2023 e 2024, segundo boletim técnico divulgado pelo Grupo Interdisciplinar de Trabalho e Estudos Criminais-Penitenciários (GITEP), da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). O estudo aponta ainda um aumento preocupante nos casos de suicídio dentro do sistema prisional gaúcho.
Em 2023, foram registrados 100 pedidos de licença médica. No ano seguinte, o número saltou para 340 — e os dados do primeiro semestre de 2025 mantêm a tendência de alta. O relatório destaca que um mesmo servidor pode ter solicitado mais de um afastamento no período, mas o volume indica um quadro persistente de adoecimento entre os profissionais.
Três suicídios no semestre e taxa quatro vezes maior que a média nacional
O levantamento também aponta que, só no primeiro semestre de 2025, foram registrados três suicídios entre policiais penais — o mesmo número já havia sido registrado no segundo semestre de 2024. No primeiro semestre do ano passado, houve um caso.
A taxa atual no RS é de 44,1 suicídios por 100 mil servidores — mais de quatro vezes a média nacional, estimada em 10 por 100 mil, segundo o estudo. Os registros, segundo o GITEP, têm ocorrido dentro das unidades prisionais, no ambiente de trabalho.
Pesquisadores alertam para urgência de medidas
Para o coordenador do estudo, professor Luiz Antônio Chies, os dados refletem a ausência de políticas eficazes de cuidado. “O suicídio não é um evento isolado, mas um alerta das condições sociais e laborais vividas por esses trabalhadores. Há muito o que pode e deve ser feito para prevenir essas mortes”, afirmou.
O boletim técnico integra as ações do Programa de Pós-Graduação em Política Social e Direitos Humanos da UCPel e será encaminhado a órgãos públicos como subsídio para formulação de medidas emergenciais.
Fonte: GITEP/UCPel
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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