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17ª Conferência de Saúde de Pelotas busca fortalecer SUS e ampliar a voz da comunidade
A construção de uma política de saúde mais democrática e inclusiva ganha novo impulso nesta sexta-feira (6) com a abertura da 17ª Conferência Municipal de Saúde de Pelotas. O evento, que segue até o sábado (7) no auditório Dom Antônio Zattera da Universidade Católica de Pelotas, reúne delegados eleitos em pré-conferências e observadores para debater propostas que nortearão o Plano Municipal de Saúde 2026-2029.
No programa Edição da Manhã, a secretária municipal de Saúde, Ângela Moreira Vitória, destacou a importância da participação popular na construção de políticas públicas. Segundo ela, a conferência busca garantir que as necessidades da população sejam efetivamente contempladas no planejamento da saúde para os próximos anos.
Um processo de escuta ampliada
Desde o início do ano, a Prefeitura promoveu 39 pré-conferências em diversas regiões da cidade, incluindo comunidades quilombolas, indígenas, zona rural, universidades e o presídio. "Tivemos uma participação expressiva, com média de 30 a 40 pessoas em cada reunião e, no total, ultrapassamos mil participantes", afirmou Ângela.
Entre as principais demandas levantadas estão a redução das filas de espera por consultas e exames, o fortalecimento da atenção primária à saúde, ampliação dos serviços de saúde mental e melhorias na urgência e emergência. "Chamou a atenção como as propostas vieram carregadas de construção, não apenas de queixas. A comunidade está buscando soluções", ressaltou.
Com a sistematização das propostas, a conferência dará continuidade ao debate, com grupos de trabalho e plenárias para aprovação dos encaminhamentos.
Democracia e fortalecimento do SUS
O tema central da conferência é "Constituição do SUS, democracia do cuidado e análise do território". Para a secretária Ângela Vitória, garantir a participação da sociedade é essencial para consolidar um SUS universal e de qualidade. "Não avançaremos sem democracia. A população precisa apontar caminhos e ter espaços de escuta e decisão", afirmou.
Ela destacou iniciativas como o fortalecimento dos conselhos locais de saúde, dos comitês de saúde mental e a ampliação dos instrumentos de ouvidoria e sugestão nas UBSs. "A democracia precisa estar presente tanto na formulação quanto na execução das políticas públicas", enfatizou.
Outro ponto debatido é a organização territorial dos serviços de saúde. "Temos áreas onde o cadastro da população não condiz com a UBS mais próxima. A reorganização do território é fundamental para assegurar acesso e equidade", explicou.
Desafios: novas equipes e melhoria dos serviços
Questionada sobre a necessidade de novos servidores para enfrentar os desafios apontados, Ângela explicou que a Prefeitura já fez um levantamento que aponta a carência de 99 agentes comunitários de saúde, 40 enfermeiros e a necessidade de ampliação de equipes de saúde bucal e multiprofissionais.
"Apresentamos um projeto para contratação emergencial, mas ele não foi aprovado pela Câmara de Vereadores. Seguimos chamando concursados, mas o processo é lento e muitas vezes ocorre desistência", explicou. A secretária também destacou a adesão à política do Ministério da Saúde para equipes multiprofissionais, que incluirão psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas.
Ângela também reforçou a necessidade de atingir 100% de cobertura da Estratégia Saúde da Família. Atualmente, Pelotas cobre 77% da população. "Sem cobertura plena, sobrecarregamos UBSs e diminuímos a resolutividade", alertou.
Como participar da conferência
A Conferência Municipal é aberta à participação da comunidade. Cerca de 300 a 400 delegados foram eleitos nas pré-conferências e terão direito a voto. "Mas qualquer pessoa pode participar como observador", explicou Ângela.
A abertura ocorre nesta sexta, às 18h. "Teremos um debate qualificado para nortear as políticas de saúde dos próximos anos", garantiu a secretária.
Entenda a Conferência de Saúde
O que é?
Espaço de debate e formulação de propostas para o Plano Municipal de Saúde 2026-2029.
Como foi organizada?
Foram realizadas 39 pré-conferências nos bairros, universidades, zona rural, comunidades quilombolas, indígenas e até mesmo no presídio.
Quem participa?
Delegados eleitos nas pré-conferências (cerca de 300 a 400) e observadores sem direito a voto.
Quais são os temas principais?
Democracia no SUS, fortalecimento da atenção primária, reorganização do território de saúde, ampliação da saúde mental e melhorias na urgência e emergência.
Onde e quando?
Hoje (6) e amanhã (7), no auditório Dom Antônio Zattera da Universidade Católica de Pelotas.
*Confira a entrevista completa no canal da RádioCom Pelotas no YouTube.
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