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Tribunal de Haia deve anunciar 1ª decisão sobre denúncia por genocídio contra Israel nesta sexta-feira
A Corte Internacional de Justiça (CIJ), tribunal da ONU localizado em Haia, anunciou que na próxima sexta-feira (26) deverá tomar a primeira decisão sobre a acusação de genocídio contra Israel apresentada pela África do Sul.
No dia 11 de janeiro, o país acusou formalmente o Estado israelense de cometer um genocídio contra o povo palestino por conta dos ataques à Faixa de Gaza que ocorrem desde outubro do ano passado e já deixaram mais de 25 mil mortos, a maioria mulheres e crianças.
A corte deve agora decidir se o massacre em Gaza fere a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, assinada em 1948, após o Holocausto.
Além disso, a denúncia sul-africana pede que o tribunal ordene a interrupção imediata dos ataques israelenses, algo que a CIJ tem competência para fazer. Uma sentença do tribunal em Haia determinando o fim da ações pode aumentar a pressão internacional sobre as autoridades israelenses.
Ao apresentar as acusações, a África do Sul disse que "o primeiro ato genocida [de Israel] é o assassinato em massa de palestinos em Gaza". Adila Hassim, advogada da equipe jurídica sul-africana, destacou que "palestinos são mortos em suas casas, em lugares onde procuram abrigos, em hospitais, em escolas, mesquitas, igrejas, e tentando conseguir comida e água para suas famílias".
Tembeka Ngcukaitobi, outro defensor sul-africano, disse que "a tentativa de genocídio de Israel está enraizada na crença de que o inimigo não é apenas o braço militar do Hamas, nem o Hamas de maneira geral, mas o povo palestino em Gaza".
Israel também teve oportunidade de apresentar seu argumentos à Corte e negou as acusações, culpando o grupo Hamas pela escalada em Gaza. Para pesquisadores ouvidos pelo Brasil de Fato no início do mês, a narrativa de Israel pretende "desviar o foco" das atenções.
Diversos países manifestaram apoio à denúncia da África do Sul em Haia, inclusive o Brasil. Em nota, o governo brasileiro disse que respalda a iniciativa "de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio".
Fonte: BdF
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